PUBLICIDADE

Mente aberta para beber cerveja e descobrir novos sabores

17 nov 2013 - 15h44
Compartilhar

O universo das cervejas especiais tem se expandido cada vez mais no Brasil, com um aumento significativo de produção no país, como mostra a apresentação de centenas de rótulos nacionais no Mondial de La Bière, que termina neste domingo no Rio de Janeiro.

Mas o grande desafio dos produtores nacionais é adequar o paladar brasileiro às bebidas, que têm sabores mais fortes e encorpados, além de teores mais altos do que a famosa "loira gelada".

A mestre cervejeira e sommelier de cerveja Cilene Saorin, também curadora do evento, disse que para quem quer se aventurar no imenso universo das cervejas, a exigência é só uma.

"Mente aberta para experimentar novos sabores, conhecer novas cervejas, provar gostos diferentes que à primeira vista podem até parecer estranhos. Tudo isso para descobrir qual mais gosta", disse Cilene.

Os cerca de 650 rótulos que estão presentes no Mondial de La Bière são uma amostra de quase todos os tipos de cerveja que existem no mundo. "Das três grandes famílias: lagers, ale e lambic, as diferentes combinações e graduações alcoólicas, temos hoje pelo menos 150 tipos de cerveja", explicou a mestre cervejeira.

As lagers são o tipo mais comum que existe. No Brasil, 99% das cervejas vendidas são deste tipo, já que incluem as pilsener que os brasileiros estão mais acostumados a beber.

O que diferencia as famílias de cervejas é a fermentação. As lagers são as de baixa fermentação, a frio, entre 4° e 6°, que geralmente ficam com uma baixa graduação alcoólica, entre 4% e 5%.

As ales são as cervejas de fermentação média, entre 15° e 24°, o que as deixa com um sabor mais forte e textura mais encorpada. E as lambic, o tipo menos comum, existente praticamente somente na Bélgica, são feitas de trigo adicionado às leveduras, o que torna a fermentação espontânea, por isso tão raras.

As lagers compreendem as cervejas comerciais que são mais comuns, como as pilsener, as american lager, escuras tipo malzbier e bock.

Das ales, Cilene destaca as red ales, de cor mais avermelhada e sabor mais forte e amargo, e as IPAs, que costumam ter mais lúpulo, o que deixa o sabor mais amargo.

Além disso, o que se destaca em uma cerveja são as notas e o combinado, o que, segundo Cilene, torna a cerveja uma bebida perfeita para acompanhar qualquer tipo de refeição, até as sobremesas. "Existem cervejas que levam adição de temperos, como coentro, café, cacau, notas cítricas - como limão e laranja- , e a maneira como esses ingredientes se harmonizam com o básico de uma cerveja: malte, lúpulo e água, é o que cria combinações quase infinitas, que se adequam a qualquer refeição ou circunstância".

Como exemplo, Cilene cita as cervejas escuras com notas de cacau e café, como a Petroleum, da Wäls, que ganhou a medalha de platina de melhor cerveja do evento, que combina perfeitamente com uma sobremesa.

Perguntada sobre quais tipos de cerveja o apreciador "novato" deve começar, Cilene sugere os sabores mais leves. "As de trigo, que são mais comuns no Brasil, como a weiss e a witbier são ótimas para começar, por terem um teor de álcool mais leve e saírem do comum, além de serem saborosas e refrescantes".

Para quem quem quiser ousar e buscar rótulos em garrafarias e supermercados - que cada vez mais investem espaço para as cervejas especiais - a sommelier dá algumas dicas.

"Cervejas mais leves, de sabor menos amargo e teores alcoólicos mais baixos, combinam com comidas mais leves, como saladas, peixes, frangos e queijos menos gordurosos. E as mais pesadas, vermelhas, mais encorpadas, com mais amargor, combinam com carnes, queijos fortes e comidas mais temperadas".

Cilene reforça que a harmonização não é uma regra absoluta, já que existem pessoas que tendem a aprimorar o paladar e escolher o seu favorito.

Como exemplo Cilene cita um. "O sabor amargo não é natural, ele exige certa apreciação, como disse antes, é preciso estar de mente aberta. Quando a gente se abre para novos sabores, podemos fazer descobertas muito interessantes".

A regra para o bebedor de cerveja que quer se aproximar desse enorme mundo é experimentar.

O Mondial de la Bière existe há 20 anos no Canadá. A primeira edição no Rio de Janeiro, que acontece na Praça Onze, termina neste domingo.

EFE   
Compartilhar
Publicidade