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"Os vinhos são muito caros no Brasil", diz famoso sommelier espanhol

21 set 2012 - 14h20
(atualizado às 15h05)
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O enólogo, sommelier e apresentador do famoso programa de TV espanhol sobre vinhosYo Con Vino, Mikel Garaizabal Pildain, comentou sobre o absurdo que considera o preço da bebida no Brasil. “Aqui os vinhos são muito caros, é um absurdo, tem muito imposto. Um vinho que lá na Espanha custa 8 euros, aqui no Brasil vale 40 euros. Isto é muito ruim porque acaba virando um produto elitista”, declarou em entrevista exclusiva ao Terra, na última quinta-feira (20), em São Paulo.

Mikel Garaizabal explicou também como escolher um bom vinho: "tem que pedir um segundo gole"
Mikel Garaizabal explicou também como escolher um bom vinho: "tem que pedir um segundo gole"
Foto: Divulgação

Veja garrafas de vinhos de R$ 13 a R$ 7.500

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Mikel está no Brasil até o próximo dia 28 de setembro para uma série de degustações de vinhos e pratos típicos da sua região natal, o país Basco, localizado no norte da Espanha. Durante a sessão de degustação realizada no hotel Meliá Jardim Europa, foram apresentados nove vinhos da região de Rioja Alavesa, na Espanha, que por lá custam, em média, 30 euros. Mas, caso forem importados para o Brasil, chegariam aqui a quase R$ 200 cada garrafa.

“Na minha terra todo mundo consome vinho, conhece, tem acesso. Temos vinhos de 4 ou 5 euros (equivale entre R$ 10 e R$ 13) que têm muito boa qualidade”, completou. 

Com uma forte cultura de apreciação de vinhos, ele explicou que na Espanha não é comum ter tantas bebidas como aqui no Brasil. “No país Basco, temos o costume de tomar muito vinho e somente um pouco de cerveja, não é como aqui no Brasil que tem várias opções. E sempre bebemos acompanhados de petiscos”, explicou.

Durante suas visitas ao País, como não poderia ser diferente, conheceu as caipirinhas e, perguntado se gostou do sabor, respondeu sem pensar: “me gusta mucho!” (gostei muito, em espanhol).

Além da caipirinha, Mikel experimentou também os vinhos brasileiros. “Aqui na América do Sul são mais conhecidos os argentinos e chilenos. Os brasileiros não são mesmo muito conhecidos, mas eles me pareceram vinhos fascinantes”, declarou.

E, apesar da pequena produção de vinhos nacionais e da pouca referência internacional, ele considera que a qualidade dos produtos tem melhorado. “Há alguns anos, eu experimentei vinhos no sul do Brasil e, agora, provei outros que me pareceram bem melhores”.

O sommelier, autor de Vinos de Euskal Herria, com o qual ganhou o Prêmio Gourmand 2003, considerado o Oscar dos livros de gastronomia, como melhor exemplar didático sobre vinhos a nível mundial, explicou como escolher um bom vinho. Ao contrário do que dizem outros profissionais, comentou que identificar uma bebida de qualidade não é difícil e não deve ter muitas preocupações e regras, a não ser garantir que ela seja boa o suficiente para pedir um segundo gole.

“Um vinho tem que dar impressões, tem que falar. Se estiver morto, se não der sensações e aromas, não é bom. Para mim, o mais importante é que ele traga prazer, porque foi mesmo feito para ser desfrutado, tem que pedir um segundo gole”, contou.

Fonte: Terra
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